Pelos caminhos sinistros e alternativos por onde corre esse coelho de pelo branco...

quarta-feira, julho 16, 2003

Universidades Portuguesas:

Há algo de complexo nas nossas Universidades. Os alunos são formados de forma a serem aceites no estrangeiro, sem ter em conta as necessidades do nosso país. O nosso sistema de ensino é o da Escola Francesa. Falo do meu caso específico, Física.
Cá em Portugal o estudo da Física é muito pouco atraente para a maior parte dos estudantes. Sinceramente, não sei responder muito bem a isto, visto que eu gosto, mas nota-se uma certa aberração quando falo que estudo Física. Nos cursos de Física vê-se sempre excelentes alunos, mas são sempre poucos, e há pouquíssimas raparigas que estudem Física (também não sei porquê, e não quero cometer nenhuma injustiça...). O que se passa é que a licenciatura não atrai uma grande camada de alunos médios. Pelo exemplo que conheço, noutros países isto já não acontece. Ou é pelos cursos terem melhores saídas profissionais, e assim não chama só os alunos interessados na carreira académica (que é praticamente o que acontece por cá), ou a formação primária destes alunos levou-os a terem um certo interesse pelo estudo das Ciências.

Em Portugal, o estudo das Ciências é muito básico. Todos estudámos Línguas ao longo da nossa formação escolar, mas muitos deixam de estudar Matemática a partir do Ensino Secundário, e muitos praticamente não têm qualquer contacto com certas Ciências Naturais. Logo daqui uma boa percentagem dos estudantes é afastado dos ramos de Ciências. Para agravar, os meios de comunicação social não ajudam muito a causa. São pouquíssimos os artigos de cariz científico que se encontram nos nossos jornais e revistas, e quando os há, muitas vezes são sobre uma certa Ciência que não interessa a ninguém.

Penso que uma solução interessante, talvez fosse incluir o estudo da Ciência no Primeiro Ciclo do Ensino Básico.
Digo isto, porque por vezes quando há mostras de Ciência, os mais novinhos são os que mostram mais interesse pelos temas, enquanto que aos mais velhos (+12) pouco ou nada lhes diz.

Era muito mais interessante se no nosso país todos deixassem de pensar que têm opinião sobre tudo, para aprenderem um pouco mais sobre quase tudo... O nosso país não precisa de continuar a ser um país de Médicos, Advogados e Arquitectos... RC