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Algumas questões que me interessam, não digo que as tenha pensado suficientemente, mas gostaria de as discutir.
1º Desde à algum tempo entretenho o pensamento que num pêndulo histórico o excesso de certos ideais está a trazer problemas de fundo à nossa sociedade. Liberdade, igualdade e afins podem ser exagerados. Parece-me que alguns problemas de hoje são problemas de excessos deste tipo. Interessava-me discutir se é possível enquadrar desde já esta tendência num quadro histórico mais geral.
Só para dar um exemplo. Excessos de tolerãncia, a isso eu chamo indiferença. (perdoem-me a tendência Hobbesiana mas atribuo um certo valor á discussão etimológica e de definição de conceitos) Alguém discute que a cultura de 'deixa andar' é um factor cultural com frutos tão diversos quanto nocivos a nível da educação que temos, da justiça que fazemos, etc...
Esta é a questão da desculpabilização de comportamentos, se tudo se tolera onde é que nós vamos acabar. Felizmente ainda nem tudo se tolera, como a pedofilia. Pena é que outras coisas intoleráveis sejam, por exemplo, achar que uma guerra preventiva pode ser justa e moralmente boa.
2º Adorava discutir em profundidade livros como o Soldados do Universo de Heinlein ou o Dune de Herbert. (heis livros excelentes a darem filmes que apesar de inovadores e tendo outros méritos perdem por completo toda a dimensão filosófica)
3º A hipocrisia da honestidade. Honestidade para connosco mesmos é aceitar-mo-nos como somos. As várias vergonhas e pudores que temos em relação aos nossos pensamentos (para não falar dos nossos corpos) são abismais. Devemos admitir os nossos 'prejudice' eles tornam-se evidentes com o tempo e só expondo-os se pode alterá-los. A própria palavra é interessante, pre-judice, sinto-me tentado a afirmar que mais do que preconceitos eles são os meus prejuízos. Pelo menos é esse o sentido que a palavra preconceituoso esta cada vez mais a adquirir. Um exemplo de preconceito meu está no post seguinte (acima).
Realmente, para uma sociedade dita liberal, o acolhimento social dado a certas ideias desencoraja, e de que maneira, por exemplo defender aumentos de propinas num bar de universidade ou apoiar a guerra do Iraque num café de rua.
4º Deixo-vos uma citação:
"Não, as opiniões não têm todas o mesmo valor ... se afirmarmos que, tendo este livro ... o deixamos cair ao chão, o leitor não terá qualquer necessidade de ... provas convincentes ... se afirmarmos que ... este ... se elevou majestosamente no ar, então o leitor deve - deve e não pode - pedir-nos provas muita mais seguras ..."
Apesar de tocar no primeiro ponto, gostava de colocar uma questão algo diferente, se bem que dependente daquele. Na aparência de uma luminosa revelação subjaz nesta frase uma imensidão de potencialidades. É que a palavra deve tem muita força.
Que sociedade queremos afinal, elitocracia ou democracia? Se pensam que vivem em democracia, enganam-se. Analisem lá com algum cuidado quantas pessoas votam, quantas elaboram leis, etc... Mas a culpa é só vossa/nossa, pois quem se divorcia dos seus deveres sociais nao devia esperar respeito da sociedade. Atenção que aqui não falo de direitos individuais (os chamados humanos) nem de respeito pelo indivíduo.
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