Linguagem e Ciência:
Na Physics World de Maio li um artigo de John Singleton ( jsingle@lanl.gov ) que versava sobre as dificuldades entre as 'duas culturas'.
O autor afirmava que, pelos vistos, o papel dos físicos é o de assegurar aos filósofos que estão a dizer verdade. "...reassure philosophers and theologians about how the universe works; we are the arbiters of philosophical truth."
Isto porque ele, num certo congresso, se viu bombardeado com pedidos de avaliar afirmações do tipo: "este é um universo caótico" ou "o princípio da incerteza é um caminho válido para o livre arbítrio".
Parte da culpa está nos termos tão carregados de significado que são escolhidos para baptizar certos fenómenos. Ponto que o autor marca. No final ele inclusive brinca (espero) sugerindo que se volte a cunhar palavras como; autocatakinesis, para sistemas dinâmicos que se auto-organisam.
Ora bem, será mesmo necessário voltar aos tempos em que para compreender ciência era preciso falar uma 'lingua franca'? A nova terminologia da física pretende torná-la mais acessível, pena é que esse acesso seja abusado pelos que sem tentar sequer compreender o significado de certas palavras no contexto científico partem logo para o 'a ciência provou que...' elas é que sabiam melhor que os outros como é o mundo.
Para terminar deixo uma citação provocatória, retirada do dito artigo:
"...take einstein's big idea. Why ... 'relativity' when 'invariance' would have been equally good? If it had, perhaps 20th century moral standards would then have been absolute, rather than relative."
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